Expectativas e temores do mercado financeiro com relação a eleição presidencial brasileira

Admin13/10/22 (atualização 2 anos, 1 mês atrás)Lula, Bolsonaro, Brasil, eleição, eleição presidencial 2022

Expectativas e temores do mercado financeiro com relação a eleição presidencial brasileira
Expectativas e temores do mercado financeiro com relação a eleição presidencial brasileira

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O mercado financeiro espera com grande expectativa o resultado final da eleição presidencial no Brasil. Como haverá segundo turno, esse resultado somente será conhecido no dia 30 de outubro.

A partir do resultado, investidores e economistas saberão se a economia continuará seguindo a política atual, com a eleição do atual presidente Jair Messias Bolsonaro ou se se haverá uma nova política econômica, com a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Independente do resultado, o impacto na economia e no mercado financeiro será grande, mesmo que haja um resultado de continuação da política implantada nos últimos 4 anos na economia brasileira. Sendo assim, discorreremos neste artigo sobre os principais impactos que o resultado da eleição presidencial poderá causar na economia e, consequentemente, no mercado financeiro. Vamos lá.

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A calma (aparente) do mercado financeiro durante a campanha eleitoral

Diferente do que normalmente acontece em tempos de eleição presidencial no Brasil, o pleito deste ano tem causado bem menos turbulência no mercado em comparação com as eleições anteriores. Normalmente, esse período causa fortes temores nos investidores, principalmente se as pesquisas eleitorais indicarem a vitória de um candidato que tende a mudar a política econômica vigente, como foi o caso durante todo o período que antecedeu o 1º turno.

As pesquisas indicavam a possibilidade de vitória do ex-presidente Lula no 1º turno, o que poderia significar uma ruptura com a política econômica neoliberal implantada pelo ministro da economia Paulo Guedes no governo de Jair Bolsonaro. Mas mesmo diante dessa possibilidade, o mercado manteve a calmaria, causando surpresa até mesmo nos analistas mais experientes. Tanto o mercado de ações quanto o mercado de câmbio reagiram com tranquilidade não habitual.

Uma das explicações para essa calmaria, pode estar no fato das questões externas estarem causando mais apreensão no investidores do que as questões internas. Por exemplo, a guerra na Ucrânia tem causado muita preocupação no mercado. Isso porque as principais economias (Estados Unidos, China e União Europeia), ainda estavam iniciando o processo de recuperação dos impactos causados pela pandemia.

Com a guerra causando grande impacto nas economias do bloco europeu, principalmente em relação à questão energética, o risco de uma recessão global parece iminente. Isso tem causado grande temor nos principais investidores.

Principais expectativas e temores dos analistas e investidores

os mercados financeiros
Os mercados financeiros

Mas mesmo com o mercado mais calmo do que o habitual, o fato é que os investidores mantêm certa cautela quanto a investimentos, aguardando o resultado final da eleição. Isso ocorre devido a incerteza quanto à política econômica que será adotada pelo candidato que lidera as pesquisas e, também, a incerteza quanto a manutenção do Auxílio Brasil nos valores atuais e de outros programas sociais, se o vencedor for o atual presidente.

Expectativas e temores em relação ao teto de gastos

O maior temor dos analistas e dos investidores diz respeito ao teto de gastos. O ex-presidente Lula já declarou em entrevistas para órgãos de imprensa que uma das medidas adotadas, caso eleito, seria revogar o teto. Já se os programas sociais forem mantidos nos níveis financeiros atuais, como já declarou o atual presidente, há também o risco de que o teto seja excedido. Com isso pode haver um desequilíbrio nas contas públicas, o que acaba afugentando investidores.

Vale lembrar que o teto de gastos foi criado com o objetivo de estabelecer limites para as despesas do governo federal. Se as despesas em determinada área aumentarem, as despesas de outra(s) área(s) deverão sofrer cortes na mesma proporção. A expectativa do mercado é que o vencedor, seja ele qual for, mantenha o compromisso com o teto. O equilíbrio das finanças públicas é essencial para atrair mais investimentos, melhorando o desempenho da economia, que é vital para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

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Expectativas e temores em relação às reformas

Outro tema que é de grande interesse do mercado, diz respeito às reformas que estão paradas no congresso nacional, principalmente a reforma tributária e a reforma administrativa. É fato que as reformas são necessárias e urgentes, mas há grande resistência por parte do congresso em votá-las e aprová-las devido à impopularidade delas.

Além disso, o candidato Lula já declarou que pretende revogar a reforma trabalhista, em parte ou em todo. Vale ressaltar que a reforma trabalhista aprovada em 2017 e ampliada em 2019, teve como objetivos principais, reduzir os custos dos empregadores e a quantidade de ações na Justiça do Trabalho.

Ambos os objetivos foram alcançados rapidamente. No entanto, somente agora é que há sinais de redução nos níveis de desemprego. Há grande receio de que o candidato do Partido dos Trabalhadores cumpra a promessa, caso saia vencedor do pleito.

Reforma Administrativa

Enxugar” a máquina estatal é uma pauta defendida, principalmente, por economistas liberais. No entanto, atualmente até mesmo os economistas de cunho progressista têm defendido a redução do quadro de funcionários da administração pública. Esse é um dos principais objetivos da reforma administrativa.

Muitos especialistas em serviços públicos, entendem que essa redução, ao invés de causar precariedade dos serviços públicos, tendem a melhorá-lo. O principal argumento utilizado é o de que quantidade e qualidade são coisas diferentes. É preciso, segundo esses especialistas, investir em qualificação e tecnologia para ampliar e melhorar os serviços ofertados pelo poder público. Obviamente, nem todas as categorias podem ter seus quadros reduzidos.

Outro ponto importante defendido, é a limitação da estabilidade dos servidores públicos. A estabilidade nos moldes atuais, contribui e muito para a precarização dos serviços. A PEC (Projeto de Emenda à Constituição) número 32, está em tramitação na Câmara dos Deputados, mas tem encontrado bastante resistência, principalmente, por parte daqueles que defendem um Estado amplo.

A expectativa do mercado financeiro é que o presidente eleito mostre empenho em aprovar esse projeto, ainda que com modificações. Para os analistas, é preciso diminuir o Estado para que ela cresça.

Reforma Tributária

O Congresso Nacional Brasileiro
O Congresso Nacional Brasileiro

Já em relação à reforma tributária, o temor é que ela continue parada no Congresso Nacional, apesar do compromisso assumido por ambos os candidatos em disputa no segundo turno de fazê-la. O temor se dá pelo fato dos projetos que tratam do tema que estão nas casas legislativas federais, trazerem tópicos que enfrentam grande resistência por parte do empresariado. Como sabe-se que o lobby tem grande peso nas decisões, há razão em ter esse temor.

Por outro lado, há a expectativa de que a reforma ande, mesmo que seja uma minirreforma, como já aconteceu em outras épocas. O importante para os investidores é que haja desburocratização tributária, para diminuir o Custo Brasil e, dessa forma, atrair mais investimentos nacionais e estrangeiros. É consenso que a burocracia para apuração dos tributos no Brasil e a alta carga tributária, acaba afastando capital estrangeiro. Mas não é só o capital que vem de fora que é afastado. Esses dois fatores, são responsáveis pelo fechamento de muitas empresas no Brasil, principalmente micro e pequenas empresas.

Conclusão

Independente do candidato que saia eleito, o mercado terá temores e expectativas. Espera-se que os temores sejam afastados e que as expectativas se realizem. Dessa forma, a economia se fortalece e os investimentos passam a ser mais robustos.

E para concluir, é necessário lembrar que a calma do mercado financeiro citada no início desse texto é um bom sinal. Sinaliza que o mercado está confiante que o presidente eleito fará uma gestão baseada no compromisso com as contas públicas.

E isso é fundamental para que o país cresça de forma sustentável!

Última atualização em 13/10/22

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