• A vacina contra a COVID-19 alivia parte das incertezas do setor da aviação.
• As autoridades de regulamentação americanas e brasileiras já aprovaram a volta dos Boing 737 MAX e a aprovação europeia deve ser feita logo no inicio de 2021. • O preço das ações se aproxima do seu valor mais alto desde o inicio da pandemia.
A Boing, maior fabricantes de aviões dos Estados Unidos, passou por algumas turbulências no ano passado. A empresa não apenas sofreu uma queda na demanda de aviões por conta da pandemia, mas também esteve em todas as manchetes depois de dois acidentes envolvendo a sua principal aeronave, o 737 MAX. Entretanto o céu parece se abrir de pouco em pouco pois o anúncio da vacina da Pfizer/BioNtech fez as ações da companhia aérea decolarem.
A vacina contra o corona-vírus melhora as perspectivas de companhias aéreas.
As companhias aéreas foram particularmente impactadas pela pandemia por conta da redução drástica no tráfico aéreo. E apesar da retirada parcial de certas restrições e da perspectiva de um retorno ao normal, os passageiros não estarão de volta de uma hora para outra. Entretanto, as várias vacinas que já estão aparecendo devem começar a serem distribuídas no inicio de 2021 e, consequentemente, o retorno do tráfico aéreo deve ficar cada vez mais viável.
Ou seja, a volta do tráfico aéreo é sinônimo de volta da demanda das próprias companhias aéreas por aumento de suas frotas para que elas possam responder à voltas das viagens em grande escala. Claro que o tráfico de aviões não voltará a ser como era antes da pandemia da noite para o dia, mas a perspectiva da retomada deverá, pelo menos, impedir cancelamentos de encomendas de novos aviões.
Um Boing 737 MAX reformado e pronto para voltar à atividade.
Bem antes da pandemia, os dois acidentes do Boing 737 MAX que fizeram 346 vitimas no mês de março de 2019, paralisaram totalmente as atividades do principal avião da Boing, sob ordens de várias autoridades regulamentadoras do mundo todo. Um golpe duro para a fabricante americana cujo negócio é, há muitos anos, baseado principalmente em aeronaves comerciais.
A paralização do Boing 737 MAX no final do primeiro trimestre de 2019 provocou uma queda considerável na receita da empresa.
Fonte: Bloomberg, XTB Research.
Entretanto, depois de um ano e meio parado, a administração federal de aviação americana anunciou no dia 18 de novembro que os Boing 737 MAX já poderiam retomar os seus voos comerciais. Além disso, os regulamentadores europeus publicaram um anuncio no dia 24 de novembro deixando subentendido que os Boing 737 MAX poderiam decolar à partir de janeiro de 2021. Uma autorização de retomada dos serviços foi igualmente publicada pelo organismo brasileiro de segurança da aviação.
Fora os custos da paralização do Boing 737 MAX e da volta das encomendas, ou pelos menos o fim dos cancelamentos de encomendas, esta volta aos ares é muito importante para a Boing. Do ponto de vista concorrencial, estar volta ao mercado faz com que a empresa não perca ainda espaço para a sua principal concorrente: A Airbus.
As encomendas da Boing caíram bruscamente com a paralização do Boing 737 MAX. Ao mesmo tempo, a Airbus, sua principal concorrente, continuou recebendo novas encomendas de aviões, frequentemente em consequência de cancelamentos de encomendas com a Boing.
Fonte: Bloomberg, XTB.
O preço das ações se aproxima do valor mais alto desde o inicio da pandemia.
A volta ao normal será evidentemente progressiva mas as perspectivas positivas fizeram com que as ações da Boing ultrapassasse as tendências de preços desde a metade do ultimo mês de junho. Consequentemente, o anúncio da volta dos serviços do Boing 737 MAX fez com que a empresa ganhasse mais um impulso neste período de pós-pandemia. Por enquanto, os preços evoluem semanalmente e dentro da nuvem Ichimoku por volta dos 240$. Um novo incentivo poderá ocorrer quando a Boing anunciar a volta do pagamento de dividendos. É neste momento que o valor das ações poderá voarem em direção de seu próximo alvo de 310$.
Representação gráfica da ação da Boing à partir de dados diários (D1) com projeção Ichimoku de dados semanais (W1).