Onde você deve investir o seu dinheiro, caso haja uma segunda onda de Covid?

Admin02/10/20 (atualização 4 anos atrás)covid, covid19, dinheiro, investir

Onde você deve investir o seu dinheiro, caso haja uma segunda onda de Covid?
Onde você deve investir o seu dinheiro, caso haja uma segunda onda de Covid?

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É necessário ter um excelente coração desde o início de 2020, especialmente para traders e investidores. O coronavírus obrigou a volatilidade a subir, os mercados entraram em colapso antes de disparar e estabeleceram novos recordes. Teve vencedores e perdedores. Mas será que terminou o Covid? E o que pode acontecer no caso de termos uma segunda onda? E o que acontecerá com os mercados se for imposto novamente o confinamento? Quais serão as estratégias que a bolsa de valores irá adotar neste caso?

Uma segunda onda prestes a acontecer

A “segunda onda” na verdade já está presente. E diversas grandes cidades e regiões do mundo já começaram a se confinar novamente, como a Austrália, a Espanha e Israel. Os meios de comunicação estão falando menos sobre o assunto, porque é menos espetacular do que fechar um país inteiro. Mas isso está acontecendo de forma silenciosa e traiçoeira. E também fica menos visível quando não se mora nestes lugares.

Se olharmos para os números, veremos que nada está indo bem: os casos estão aumentando a cada dia e também estão aumentando o número de mortes. Estamos chegando à números muito mais altos do que o início da epidemia.

Número de casos diários no Brasil:

onda covid

Ilustração: Número de casos diários no Brasil

Fonte : https://covid.saude.gov.br

Mas de um lado, as autoridades simplesmente não querem que as pessoas entrem em pânico. E de outro lado, com a situação econômica já fragilizada, nenhum estado quer novamente entrar em confinamento total, por medo de complicar ainda mais as coisas em termos de trabalho, comércio, economia, e etc. Portanto, eles têm interesse em intensificar a comunicação sobre a prevenção e a aplicação de gestos de barreira, em vez de impor um novo confinamento total que seria fatal para o país.

Como compreender a não reação dos mercados?

É muito improvável que a drástica queda nos mercados (fevereiro / março de 2020) aconteça novamente, pelo menos não por causa de uma segunda ou terceira onda de covid, pois as empresas já estão mais bem preparadas para enfrentarem possíveis novos confinamentos.

Agora "já conhecemos o problema". E as máscaras já estão disponíveis, os gestos de barreira já são bem conhecidos, e o tele trabalho já está bem estabelecido nas empresas. Em resumo, os novos hábitos já estão sendo assumidos pela população, pelo menos no meio profissional, e se fosse respeitado assim, quanto ao nível pessoal (família, amigos, etc.), o número de casos provavelmente não teria aumentado tanto.

Mas por outro lado, a segunda onda poderá enfraquecer a economia mundial e por consequência aumentará os problemas políticos e econômicos, mais amplos. Por este ponto de vista, os indicadores macroeconômicos podem se deteriorar e pesar nos mercados. Em outros termos, não é um novo confinamento generalizado em si mesmo que derrubaria os mercados que estão no vermelho, mas sim o acúmulo (por vários anos) de dificuldades não resolvidas e um sistema frágil: dívida, influxo de liquidez pelos bancos centrais que inflacionam artificialmente os mercados.

E onde devemos investir agora?

Em nível de bolsa de valores, o risco está mais setorial do que global.

No caso de termos outro confinamento, os mesmos setores serão afetados: lojas físicas, restaurantes, hotéis, turismo, de maneira geral, assim como as companhias aéreas, agências de viagens e todas as empresas dependentes do fluxo de turistas.

Os ganhadores serão sempre as empresas “tecnológicas” ou “digitais”. Os GAFAs retornarão mais fortalecidos, assim como as empresas do tipo Zoom e Netflix que se beneficiam da presença permanente de pessoas em casa.

Mas com o aumento do valor dessas empresas, nós nos questionamos será que o preço (e sua valorização), não estão muito elevados para este momento? A resposta para esta pergunta é provável, mas e neste caso, o que devemos fazer, visto que o restante irá afundar?

Em um primeiro momento, não há outra alternativa.

Quais são os investimentos mais seguros?

O ouro, com certeza aparece em mente quando tratamos de uma cobertura mínima em tempos incertos.

E de fato, depois do início do ano, o ouro aumentou mais de 24%, e enquanto isso, o S&P500 estacionou (o que em si é um feito após a queda de 30%) e o CAC40 caiu 21%.

Evolução do ouro, do S&P500 e do CAC40 em 2020:

evolução covid

Ilustração: Evolução do ouro, do S&P500 e do CAC40 em 2020

Nota: Lembre-se que o S&P500 se beneficiou do desempenho excepcional dos pesos pesados, incluídos no índice como: Apple, Microsoft, Amazon, Facebook e Alphabet (Google), e que sozinhos eles representam quase 20% do S&P500.

Mas então o ouro é a única alternativa para se proteger contra a desaceleração do mercado?

Conforme já foi explicado neste artigo, existem outras soluções: por exemplo, os títulos, que permitem amortecer as quedas do mercado porque as taxas de juros continuam caindo (portanto, quando as taxas caem, os títulos sobem).

Mas se você souber utilizar com sabedoria, poderá passar pela diversificação, que continua sendo uma ferramenta bem eficaz. O lema é não colocar todo o seu dinheiro em um só investimento. Distribua o risco para diferentes classes de ativos, e se possível não correlacionados.

E para os mais aventureiros, investir uma parte de sua carteira em criptomoedas pode ser benéfico: o Bitcoin (BTCUSD) aumentou mais de 50% desde o início do ano. Porém, tenha muita atenção, porque esse mesmo Bitcoin literalmente entrou em colapso ao mesmo tempo que os mercados de ações em fevereiro/março, então seja prudente!

E o que vem depois?

O mercado americano, em particular parece não se importar mais com a epidemia. Os investidores já têm em mente o pós-Covid e se projetam para os próximos 5, 10 anos. Na verdade, é quase certo que uma vacina será encontrada brevemente. E então, a pergunta não será mais importante, pois será um vírus como outro qualquer, com vacina e tratamento.

O risco está no inverno que se aproxima, pois é quando a gripe e outros vírus são mais comuns e podem causar maiores danos.

E se novos casos surgirem e as mortes aumentarem drasticamente, os mercados tenderão a vacilar novamente, mesmo que seja apenas em um curto prazo.

Aqui, novamente, vemos a importância de definir claramente o seu horizonte de tempo. Um trader ativo que aposta no curto prazo terá que encontrar estratégias que levem em consideração esse risco real de epidemia neste inverno. Um investidor que aposta já há alguns anos, poderá de fato, concentrar-se em estratégias de longo prazo, no entanto, levarão em conta a situação de um mundo pós-covid.

Última atualização em 02/10/20

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