Com a chegada do final do ano, chega também o momento de olhar para o ano que passou e pensar no planejamento do ano que está por vir. O que fazer com a sua carteira de investimentos? As performances foram boas em 2019? Se não, porquê? Quais foram os melhores investimentos, os melhores traders? Vamos manter as mesmas estratégias e os mesmo investimentos? Ou faremos novos acordos vendendo títulos ou fundos para comprar outros?
São várias as perguntas a serem feitas desde já para que você se prepare para 2020.
Balanço de 2019
Energia solar. Construção de casas. Semicondutores. O consumidor chinês.
Estes quatro temas não tem muita coisa em comum, apenas uma tendência que chama a nossa atenção: os fundos negociados na bolsa relativos a estes temas tiveram muito lucro em 2019 e se classificaram entre os melhores ETFs do ano.
Apesar da escassez de dados e das previsões preocupantes sobre as perspectivas de crescimento da China dadas por organismos económicos importantes como o Fundo Monetário Internacional - que citou as incertezas comerciais e "outras forças geopolíticas" para explicar as suas previsões inibidas -, é possível que os consumidores chineses não estejam numa situação tão difícil assim.
No campo das energias renováveis, a energia solar é o grande destaque e a tendência é que este crescimento continue. O mesmo se aplica aos semicondutores, que há anos vem crescendo exponencialmente. E por fim, o setor imobiliário continua estável, como evidencia os fundos relacionados à construção civil.
Projeção para 2020
Além deste temas que apresentaram uma boa tendência em 2019 e que devem continuar crescendo, aqui vão alguns outros setores interessantes.
Depois de um período difícil para os mercados emergentes, parece que agora eles estão prontos para voltar ao jogo. Com exceção da China, cujo crescimento está estagnado, os países emergentes poderão ter um bom ano em 2020.
Em nível setorial, os bancos e as empresas ligadas à saúde estão bem posicionados. O setor bancário, que na realidade passou por anos bem difíceis, está um pouco mais valorizado e deve progredir em 2020 sem grandes problemas. A não ser que surja algum escândalo que venha influenciar o preço das taxas... No que diz respeito à saúde, nada de muito espetacular em vista. Apenas o interesse sempre crescente dos investidores e questões globais que tocam o assunto.
E finalmente, impossível não citar a inteligência artificial. Este tema, definitivamente ligado ao nosso futuro, deve passar por anos de muita abundância e, porque não, já partir de 2020...
E a política nisso tudo?
Para os investidores, as eleições americanas de 2020 é motivo de grande stress.
Entre toda as questões subjacentes se esconde uma guerra comercial, mudanças políticas imprevisíveis, taxações da fortuna e do investimento, novos regulamentos bancários e limites à exploração petrolífera.
A maioria dos estrategistas pensa que ainda é muito cedo para levar em conta os riscos eleitorais em seus negócios, mas também pensa que os investidores não devem ignorar completamente a política. Há maneiras de se preparar para o próximo ano, afinal o mercado pode reagir de maneira exagerada às eleições e às eleições antecipadas.
Uma coisa é certa: poucas foram as vezes em que os riscos políticos não foram importantes para os investidores e para os diretores de empresas. E estes riscos não vão desaparecer.
Os investidores sempre entram em período eleitoral com opções conflitantes. Mas alguns gerentes de carteiras de investimento dizem que estão enfrentando um ano eleitoral particularmente confuso.
A polarização política é uma das razões desta grande incerteza. No passado, a política econômica tendia a ser desenvolvida por membros mais moderados do Congresso e, por esta razão, a política fiscal provocava menos terramotos no mercado. Muitas vezes os democratas faziam escolhas “republicanas” e vice-versa. Bill Clinton equilibrou os orçamentos enquanto George W. Bush estendeu o benefícios de medicamentos aos idosos. Entretanto, o clima atual oferece poucos exemplos de políticas bipartidárias.
Neste momento, talvez a opção mais inteligente para os traders que investem muito consista em evitar prognósticos políticos e se concentrar nas políticas reais.
Isso significa investir em ações que possam se beneficiar de mudanças políticas que já estão em vigor ou que estão prestes acontecer. Por exemplo, ações ligadas ao aumento dos gastos em infraestrutura do governo, à legalização do jogo esportivo e às maiores exigências no consumo do etanol e de outros combustíveis.
Alguns analistas estão particularmente concentrados em investimentos em tratamentos médicos, visto a vulnerabilidade deste setor face às novas regras governamentais.
A política também afetará o maior quebra cabeça dos investidores: a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos.
Em linhas gerais
As ações ainda parecem bem baratas se comparadas às obrigações. A queda acentuada nas taxas de juros e a falta de alternativa podem levar os investidores a investir em ações, encadeando uma redefinição dos preços.
No entanto, as taxas baixas são um sinal sombrio de crescimento. Espera-se que as incertezas geopolíticas aumentem os bônus de risco e as estimativas de lucros que estão sujeitas a menores riscos.
Manter uma posição ponderada em relação à Europa parece fazer sentido, já que os investidores abandonaram a região e o BCE deve continuar o estímulo iniciado em setembro.
O Japão não apresenta interesses significativos.
Os principais riscos que pesam sob o mercado global é a fraqueza prolongada da indústria manufatureira e a política europeia.
Entretanto, vários fatores nos fazem pensar que o mercado estará mais aquecido daqui a um ano, principalmente nos Estados Unidos.
Seja qual for o ambiente de mercado, parece mais sábio, hoje em dia, investir de forma gradual, a fim de calcular a média do preço de custo unitário dos investimentos. Do ponto de vista estilístico, os títulos de crescimento parecem ainda mais caros em comparação aos títulos de "valor", mas não tão caros como eram em 2000. Na verdade, se existe uma bolha, ela está localizada nos títulos defensivos, tais como no serviços públicos e nos bens de consumo. Os investidores pagam múltiplos muito elevados por uma relativa "segurança" e nada pelos efeitos da conjuntura.