Com o início da campanha presidencial e com cenário eleitoral ainda bastante indefinido, nós do Melhores Brokers decidimos dedicar um pouco do nosso espaço para ajudar você, eleitor e leitor do nosso site, a conhecer melhor os principais candidatos e suas propostas para a área econômica. Afinal das contas são 13 candidatos(as) concorrendo a presidência.
Confira abaixo a lista de candidatos(as) à Presidente por ordem alfabética:
- Alvaro Dias (Alvaro Fernandes Dias) (19) (PODE)
- Cabo Daciolo (BenevenutoDaciolo Fonseca dos Santos) (51) (PATRI)
- Ciro Gomes (Ciro Ferreira Gomes) (12) (PDT)
- Eymael (Jose Maria Eymael) (27) (DC)
- Geraldo Alckmin (Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho) (45) (PSDB)
- Guilherme Boulos (Guilherme Castro Boulos) (50) (PSOL)
- Henrique Meirelles (Henrique de Campos Meirelles) (15) (MDB)
- Jair Bolsonaro (Jair Messias Bolsonaro) (17) (PSL)
- João Amoêdo (João Dionisio Filgueira Barreto Amoedo) (30) (NOVO)
- João Goulart Filho (João Vicente Fontella Goulart) (54) (PPL)
- Lula (Luiz Inácio Lula da Silva) (13) (PT)
- Marina Silva (Maria Osmarina Marina da Silva Vaz de Lima) (18) (REDE)
- Vera (Vera Lucia Pereira da Silva Salgado) (16) (PSTU)
Segundo o levantamento feito pelo instituto MDA, encomendado pela Confederação Nacional de Transportes, Lula lidera a preferência do eleitorado com 39% das intenções de votos, e seguido por Bolsonaro com 22%. A terceira colocada é Marina Silva com 8% das intenções de votos, seguida de Geraldo Alckmin com 6% e de Ciro Gomes com 5%. A partir destes dados, apresentaremos um pequeno perfil desses cinco candidatos e de suas propostas econômicas.
Lula
Apesar da indefinição da candidatura de Luís Inácio Lula da Silva, com sérios riscos de indeferimento ou impugnação, o ex-presidente lidera a corrida presidencial desde o início das pesquisas. Com respaldo internacional, seus militantes o vêm como um grande estadista e responsável pelos anos mais prósperos da história recente do país. Entretanto, seus opositores o acusam de ser o líder de uma organização criminosa que assaltou os cofres públicos e que veio a provocar a atual crise vivida no Brasil.
Para voltar ao poder em 2019, o partido dos trabalhadores aposta na imagem mítica do presidente que tirou o país do mapa da fome e que, mesmo condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ainda é capaz de tocar mentes e corações em todo o país. O plano econômico da candidatura petista passa pela reversão da recente adoção do teto de gastos e da reforma trabalhista, o incentivo ao crédito com juros acessíveis e a criação de novos empregos. Estes dois últimos pontos fazem parte das medidas econômicas “emergenciais” que darão base às medidas estruturais compostas, entre outras, por uma nova política macroeconômica menos volátil e de câmbio mais competitivo. O Petista também pretende recuperar o Pré-Sal e suspender a política de privatização de estatais que seriam estratégicas para o desenvolvimento do país. Uma verdadeira “reversão do legado Temer”.
Jair Bolsonaro
O capitão da reserva do exército brasileiro Jair Bolsonaro, assim como Lula, é um personagem controverso. Chamado de “Mito” por seus seguidores e exaltado por suas declarações polêmicas, o deputado federal é réu na suprema corte por injúria e incitação ao estupro e é alvo de denuncias de mal-uso de dinheiro público, como no recente caso de sua assessora parlamentar.
Com um índice de rejeição maior do que o ex-presidente petista, o deputado carioca se candidata pela primeira vez a um cargo executivo. Assumidamente um não especialista em assuntos econômicos, o candidato do PSL delega a pilotagem do seu plano econômico ao liberal Paulo Guedes. Caso o candidato vença as eleições, Guedes deve ser o novo ministro da Fazenda, que em um eventual governo se chamará Ministério da Economia. Seria a primeira vez que o economista ocuparia um cargo no Poder Executivo. Ele defende uma agenda econômica liberal e afirma ter como prioridade a resolução da crise fiscal com corte de gastos, concessões e desmobilizações de ativos para o pagamento da dívida pública. O candidato promete realizar um programa de privatizações vendendo, por exemplo, parte do patrimônio da Petrobras e acabando com o seu monopólio da exploração do gás natural. O candidato também pretende simplificar os tributos e propor mudanças graduais nas aposentadorias.
Como deputado, Bolsonaro votou pelo congelamento dos gastos públicos durante os próximos 20 anos, portanto não menciona a revogação da medida tomada pelo Governo de Temer.
Marina Silva
Em sua terceira tentativa de chegar ao Palácio do Planalto, a candidata pela Rede Sustentabilidade quer chegar a presidência propondo uma via alternativa. Em seu discurso de centro, a ex-senadora do Acre diz que não tem posição dogmática contra as privatizações, mas que a venda de ativos Estatais deve vir como parte de um plano de governo. Sendo assim, ela critica o plano de privatização da Eletrobras e descarta a possibilidade de privatização da Petrobras, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica. Apesar de reconhecer a necessidade de reformar a Previdência, Marina se mostra contrária à proposta apresentada por Michel Temer, sem ainda apresentar um projeto concreto.
A candidata reforça a falta de legitimidade do governo atual e diz que a PEC do teto constitucional para os gastos da União é “irracional” e que a reforma trabalhista é “inadmissível” para o trabalhador. Ela defende também que o gasto público deve corresponder à metade do crescimento do PIB, considerando a inflação. Quanto ao Banco Central, Marina se mostra contrária à autonomia formal, mas afirma ser preciso dar independência à autoridade monetária. Ela afirma que as promessas de redução de carga de impostos são “demagógicas”, mas que o seu governo combateria o seu impacto sobre os mais pobres.
Geraldo Alckmin
Geraldo Alckmim, ex-governador do estado de São Paulo, é o candidato que mais se alinha ao governo de Michel Temer. Candidato do PSDB, apoiado pelo Centrão e investigado na Lava Jato por recebimento de propina, Alckmin defende um estado “planejador, regulador e fiscalizador” sem que isso tome o lugar do setor privado, cuja importância é grande em seu programa de governo. Ele exclui, entretanto, a privatização da Petrobras, do Banco do Brasil e da Caixa. O seu programa econômico promete zerar o déficit primário até 2020 reduzindo o tamanho do Estado, atraindo capital externo e simplificando a carga tributaria sem atacar no bolso das camadas mais ricas da população. Com um programa de governo genérico e sucinto, Alckmim não pretende revogar ao teto de gastos nem a Reforma Trabalhista, duas das ações mais contestadas do governo de Michel Temer.
Ciro Gomes
Candidato do PDT, Ciro Gomes é um advogado e político de longa trajetória. Ex-prefeito de Fortaleza, Ex-governador do Ceará, Ministro da Fazenda no governo de Itamar Franco e Ministro da Integração Nacional no governo Lula, Ciro Gomes é um candidato de centro-esquerda livre de suspeitas de corrupção.
Ele apoia um Estado que atue fortemente no desenvolvimento econômico do país, cortando privilégios fiscais e taxando heranças, lucros e dividendos. Ciro é contra a privatização da Eletrobras e da Petrobras, apesar de não ser contrário à política de privatizações em âmbito geral. Uma de suas declarações prevê um plebiscito para a manutenção ou revogação da recente reforma trabalhista. Ele também promete revogar ao teto estabelecido para os gastos público de Temer, se referindo a medida como uma “estupidez impraticável”.
O seu plano de governo prevê a revisão de toda a agenda de despesas do governo, a redução e a simplificação dos impostos para a população e uma reforma monetária, onde a taxa de juros será reduzida, a fim de estimular o crescimento interno.
Além dos candidatos citados nesse artigo, vale mencionar ainda outros quatros com certa representatividade no cenário nacional. Estes são: Álvaro Dias do Podemos, alinhado com a chamada « República de Curitiba », Henrique Meireles do MDB, Ex-presidente do Banco central no governo Lula e ex-ministro da Fazenda do Governo Temer, João Amoedo do NOVO, cujo discurso se alinha ao mercado econômico e a redução do Estado, e finalmente Guilherme Boulos do PSOL, líder do movimento dos trabalhadores sem teto e o mais esquerdista dos presenciáveis.
Nós incentivamos fortemente nossos leitores à acessarem os planos de governo de cada candidato para um maior conhecimento de suas as propostas.