Quando Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos, em novembro passado, uma impressionante onda de espanto atingiu muitos países, inclusive os americanos. O candidato excepcional que fez uma campanha sensacional, na verdade não era o perfil de trabalho. Mas desde 20 de janeiro de 2017, ele é o presidente dos Estados Unidos. Um dia após sua posse, ele começou a aplicar algumas medidas-chave do seu programa, desestabilizando uma parte dos Estados Unidos, e também o restante do mundo. Donald Trump é visto como uma ameaça real para muitos e suas primeiras ações e declarações não tranquilizaram nem a economia global.
As consequências econômicas da política Trump
Os EUA
Nacionalmente, Trump já tomou medidas que afetaram diretamente a economia americana. Por exemplo, a remoção do programa “Obama Care”, sistema de saúde universal, que de acordo Trump, possui um custo muito alto ao contribuinte, e portanto será excluído. A curto prazo, esta decisão irá reduzir os prêmios de seguro para as classes média e alta, e lhes permitirão recuperar o poder de compra. A longo prazo, isso significa o corte de assistência médica para os mais pobres e de classes mais desfavorecidas, colocando um risco de proliferação de doenças graves.
Outra medida que deve ser tomada em breve é a diminuição dos impostos. Os impostos sobre as empresas passaria de 25% para 15%, e os impostos sobre o rendimento pessoal seria limitado à 25% (atualmente está em 40%). De acordo com Trump, isso realmente irá revitalizar a economia nacional. Há evidências de que longe de atingir o objetivo esperado, um corte de impostos nem sempre é positivo, geralmente levando a um aumento da dívida pública e do déficit.
Internacionalmente
De um ponto de vista internacional, Trump disse que era a favor do protecionismo durante toda a sua campanha. A idéia é promover a produção e consumo nos EUA através da vantagem de tributação dos produtos de importação. Por isso, Trump quer renegociar os acordos de livre comércio que ligam os Estados Unidos à outros países como o México e a União Européia.
Um dos principais países com os quais Trump quer renegociar acordos comerciais é a China. Durante sua campanha, ele disse:
« Levaram nossos empregos, nosso dinheiro, levaram tudo, ele disse sobre o governo chinês. O que eles fizeram é o maior golpe na história da humanidade. »
A idéia é embarcar em uma verdadeira guerra comercial. Outro país gravemente afetado é o México que possui mais de 80% da produção dedicada à exportação para os Estados Unidos.
Para Donald Trump, a restauração das barreiras alfandegarias irão impulsionar a indústria dos EUA, criando 25 milhões de empregos em dez anos e um crescimento de até 4%. Mas os economistas não concordam com esta projeção, uma vez que os produtos americanos irão se tornar mais caros, e neste caso, seria uma desvantagem para as suas exportações. As importações também irão experimentar uma desaceleração. Medidas protecionistas poderiam, portanto, levar à uma baixa na atividade econômica.
Europa
O comércio internacional corre o risco de sofrer com o programa aplicado por Trump. E de fato, esta política norte-americana poderia provocar uma guerra cambial e uma alta nas taxas de juros. Além disso, Donald Trump acredita que os Estados Unidos gastam muito dinheiro para a segurança de seus aliados, particularmente na Europa. A Europa poderia, então, ser forçada a aumentar a sua própria despesa militar para reforçar o seu dispositivo, especialmente contra a Rússia.
Donald Trump e o clima
Donald Trump disse que não acredita no aquecimento global. Durante sua campanha, ele ameaçou várias vezes retirar os Estados Unidos do acordo de Paris sobre o clima. Embora desde a sua eleição, sua atitude é menos clara sobre o assunto, continua a ser evidente que Trump não vai colocar a questão ambiental no centro da sua política. E como prova disso Trump nomeou Scott Pruitt, um especialista em climatologia, para chefiar a Agência de Proteção Ambiental. E mesmo sabendo que os Estados Unidos é um dos principais emissores de CO2 do planeta.
A questão da imigração
Uma semana depois de sua posse, Trump criou o primeiro decreto « anti-imigração » contra sete países de maioria muçulmana: Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen, que irá funcionar durante um período de 3 meses. Através deste decreto, os cidadãos destes países não estão de fato autorizados a entrar no território dos Estados Unidos. Esta medida não é aplicável aos titulares do “green card”. Mas para os cidadãos desses sete países, é um verdadeiro decreto anti-muçulmano.
A imigração mexicana é outra questão que Trump falou várias vezes durante sua campanha, incluindo o desejo de construir um muro na fronteira entre os dois países e devolver todos os imigrantes ilegais presentes nos EUA. Perante estas afirmações, o presidente mexicano cancelou sua visita aos Estados Unidos, prevista para o final de janeiro.
Os primeiros dias do presidente Trump já demonstraram a reviravolta que está por vir. E isto já está se sentindo nos mercados acionários globais, com os índices caindo cada vez mais com as ameaças de Donald Trump em termos de estabilidade e crescimento econômico. E de fato, lembramos que os mercados financeiros não gostam de incertezas e reagem à imprevisibilidade do presidente dos Estados Unidos.