Esta semana o assunto mais falado na mídia é a crise econômica na China,segunda maior potência econômica do mundo, que está no centro das atenções da economia internacional. De fato, os sinais de alerta já tinham sido evidentes nos últimos meses. Na terça-feira, dia 25 de agosto, a bolsa de valores de Xangai fechou em queda com mais de 7%, uma situação que não acontecia há mais de oito anos. De acordo com especialistas em economia internacional e líderes políticos, esta crise está longe do inesperado, e poderia ser visto como uma evolução natural para a economia da China, que detinha o recorde do crescimento mundial nos últimos trinta anos. Este mesmo crescimento caiu de 12% para 7% em poucos anos, revelando assim o declínio econômico do país que é um dos participantes do BRIC (países de grande peso econômico no mundo (Brasil +Russia+India+China).
Nos últimos meses, o governo chinês tomou medidas para garantir que a atual crise econômica do país desapareça gradativamente dentro do possível.
Consequentemente, a moeda chinesa tem sido desvalorizada,por várias vezes, e de acordo com as autoridades, a finalidade disto, pode estar em facilitar a retomada das exportações, e também trazer o Yuan (Moeda padrão atualmente na China) mais perto de seu verdadeiro valor. Em junho, quando a bolsa começou a mostrar sinais de enfraquecimento, as decisões foram tomadas no sentido de compras de ações de grande escala, bem como a proibição de venda de títulos por grandes investidores. Estas decisões não foram apoiadas por unanimidade entre os economistas internacionais.
Além disso, na terça-feira 25 de agosto o Banco Central anunciou mais uma redução de suas taxas de juro (o quinto desde 2014 novembro). Também reduziu as taxas obrigatórias dos bancos, que possibilita assim, os empréstimos com maior facilidade, e com isso facilita um relançamento dos investimentos.
De acordo com as instituições políticas chinesas, o objetivo é passar de níveis de crescimento em expansão para um nível de crescimento mais sustentável.
Dito isto, os especialistas internacionais têm reservas quanto à eficácia deste curso de ação.
E de fato, há décadas o nível de crescimento da China, em sua maior parte, se baseou nas exportações. No entanto, a crise econômica internacional induziu uma desaceleração neste crescimento, o que se reflete na diminuição dos volumes de exportação da China. E ao mesmo tempo para aumentar está difícil situação econômica, a economia chinesa não pode neste momento ser sustentada por seu mercado interno, apesar do aumento de salário que tem ocorrido nos últimos anos.
De acordo com o Presidente da França o Sr.François Holland, os impactos negativos da crise financeira da China na economia europeia deverá, contudo, permanecer bastante restrita, principalmente devido ao número limitado de exportações para a China (5%).
Na prática, porém, muitas empresas internacionais, e empresas francesas em particular, são obrigados a sofrer com a desaceleração econômica da China. E isso é percebido no caso de fabricantes de automóveis, tais como Renault e Peugeot, que viram seus preços despencarem durante todo o mês passado. E de fato, a China é o número um do mercado de automóveis do mundo, com mais de 23,5 milhões de veículos vendidos em 2014, e com construtores de automóveis que fazem 11% das suas vendas totais no país. A capacidade de produção chinesa tem crescido exponencialmente nos últimos anos, apoiado por grandes investimentos por parte de fabricantes de automóveis. Mas, no entanto, a demanda interna não é alta o suficiente para atender o nível de abastecimento.
O turismo é ainda uma outra indústria que pode ser afetada pela crise econômica da China. A França, que está entre os destinos preferidos pela classe média de turistas chineses, já começou a sentir as conseqüências. Portanto, durante uma viagem à França, um turista chinês vai gastar, em média, cinco mil euros, uma quantidade significativa quando se considera que 1,7 milhões de turistas chineses visitam a França a cada ano.
Mas outras indústrias francesas também serão obrigadas a sentir os efeitos da crise na China. Entre estes, as indústrias de luxo e álcool, sendo que ambos foram altamente favorecido pelos chineses, ou seja, com produtos como o champanhe e o conhaque, bem como as marcas de luxo: Louis Vuitton, Dior e Chanel.
Apesar deste clima global negativo, alguns economistas antecipam certos aspectos positivos para a economia. É possível que, com a desaceleração econômica da China, possa resultar em um declínio na demanda por gasolina e outras matérias-primas, que por sua vez levará a uma diminuição do seu preço.
Entretanto, estes aspectos são altamente improváveis que superem os impactos negativos ligados à desaceleração econômica da China. E por fim, o crescimento econômico da China vem se dirigindo com uma total força desde 2008, constituindo 40% do crescimento econômico global. Além disso, a área do Euro, já enfraquecida pela desaceleração econômica dos seus membros, bem como pela crise da dívida grega, tem muito pouco espaço de manobra para implementar soluções econômicas eficientes.